quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lágrimas



O verdadeiro motivo da minha tal coragem, não sonha com a realidade da minha imagem. Por inúmeros motivos a minha dor não alcança a leveza nem mesmo um respeito, uma ideia que nem a nobreza é capaz de entender. Não derramo lágrimas ao vento. Nunca gostei de derramá-las, mas meus motivos e ações inevitáveis, às vezes não só machucam os outros, mas a minha alma de responsabilidade. O homem não entende, acho que ele prefere não compreender. Nós mulheres temos que nos esforçar para agradar não só aos outros, mas principalmente a nós mesmos. Derrubar lágrimas ao vento ninguém gosta. Sentir dor no peito ninguém adora, ninguém quer sofrer nem muito menos perceber o fim de algo em que você só deseja o começo. Nada é pra sempre, mas nós queremos que seja. Como nós contos de fadas, tudo sempre termina bem, tudo sempre dura pra sempre. Mas porque no mundo real isso também não acontece? Acho que a realidade não gosta de sonhar, não gosta de ver algo realmente bom dar certo. Mas por quê? Talvez seja porque a vida não aceita um mundo de sonhos, a vida não aceita a igualdade, a vida só aceita a realidade. A realidade é egoísta, é preconceituosa, é mentirosa, é apenas uma farsa. Escolhe a dedo quem pode e quem não pode ser feliz, quem pode e quem não pode realizar o que deseja quem pode e quem não pode sonhar com algo possível, algo em que a vida se própria daria um jeito de realizar. Não escolhemos nosso destino. Mesmo que eu possa mudar este texto quantas vezes quiser, não posso fazer o mesmo com o da minha história, não posso alterá-la. Ninguém pode mudar o que já foi destinado para nós. Mas e ai? o que faremos? Esperar e ver no que vai dar? Nunca aceitei está ideia, mesmo que seja essa a única alternativa certa, não me cansarei de tentar lutar pelo que desejo. Por aquilo que realmente quero e que com certeza a vida não preparou para mim. Mesmo que minhas lágrimas não tenham apenas um único motivo, elas representam tudo. Exatamente todos os problemas que temos, e que sabemos que ninguém por mais inteligente que seja, é capaz de conseguir alterar o que já está destinado a se viver. Mas assim como muitos, esperarei pelo dia que alguém bata em minha porta e me avise, que não precisarei mais chorar, que ninguém mais precisará. Mesmo que isso nunca aconteça, não perderemos a fé e a esperança de que um dia a vida não será boa com apenas alguns, mas justa com todos nós.