
Queria saber qualquer coisa, qualquer coisa de que fato fosse uma verdade sobre ele. Procurei em todos os lugares em que achava possível. Pensei em todos os cantos em que ele podia ter se escondido. Pesquisei todas as alternativas para fugir dele. Para levar pra longe o que ele tinha deixado gravado em mim. No meu rosto, no meu corpo, na minha cabeça, e na minha ideia de vida perfeita. Era aparentemente visível o seu estrago. Era aparentemente invisível sua marca, suas pegadas para um possível reencontro. Não é fácil aceitar, quando decidem te dizer adeus, ou quando simplesmente resolvem sumir para qualquer lugar em que nós não possamos ser capazes de encontrar. Na verdade, eu nem sequer sei o nome dele. Nem sequer sei onde mora, ou se realmente mora em algum lugar. Nem sequer tenho a ideia de que um dia terei a chance de reencontrá-lo, de percebê-lo da mesma forma que o vi pela primeira e única vez. Ele dirigia veloz mente. Parecia até um raio comparado com a velocidade em que estava. Um caminhão passa do meu lado. As estacas que prendiam a pesada e amedontradora carga despencaram sem pensar, causando um possível estrago em mim. Terror que só não se concretizou devido aquele homem que dirigia veloz mente, e que ao perceber o que futuramente aconteceria pra mim, breca e me tira daquele pesadelo com seu carro. Foi simplesmente uma troca, ao tentar evitar um desastre, ele cai montanha abaixo tornando o que aconteceria comigo uma leveza, uma fraqueza para a ocasião trágica que ocorrerá a ele. Sou mais que grata por ter salvado a minha vida. Mas até hoje, quando tento procurar o lugar aonde às pessoas vão depois que morrem, realmente percebo que nunca mais o reencontrarei para agradecer. Ou até mesmo para descobrir uma verdade sobre ele, uma verdade que de fato nunca existiu e que não há mais ninguém que possa contar.