segunda-feira, 4 de julho de 2011
Dentro de mim
domingo, 17 de abril de 2011
Sempre

sábado, 2 de abril de 2011
Amor sem fim

sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Saudade

sábado, 13 de novembro de 2010
Inexplicável

quarta-feira, 10 de novembro de 2010
O Boque

Escuto o silêncio. Cada movimento das folhas até o chão. O som era nítido, gritante e escurecedor. Travava minhas defesas e impedia o invisível de penetrar na minha janela. Abri a porta sinuosamente, tentando prestar atenção no detalhe. Na rua deserta, coberta por pétalas de flores. A harmonia do vento como música, me fazia flutuar na imensidão do lugar. Mostrava-me um simples homem, com um boque de flores mortas na mão. Ele as admirava como se ainda tivesse vida. Uma melodia instrumental começou a tocar. Tão triste, tão profunda, que parecia conseguir exprimir dos meus sentimentos toda a solidão, toda a mágoa inacabável. Meus olhos se fechavam, as lágrimas pesavam, caminhei devagar em direção daquele estranho que parecia estar sentindo o mesmo. A cada paço, tudo em minha volta parecia simplesmente morrer, apodrecer. As pétalas, as folhas viravam poeira instantaneamente tirando toda a beleza daquele lindo lugar. A representação daquele momento, não tinha diferenças com o que estava passando ultimamente. O mesmo vazio, a mesma tristeza, a mesma falta de amor capaz de matar o que precisava disso para sobreviver. Cheguei perto. Perto demais, daquele homem que parecia compreender o que estava sentindo. Com a cabeça baixa, ergue-a devagar. Olha-me buscando detalhes e para exatamente em meu olhar. Um rosto tão lindo, uma alma tão pura, mas seu coração tão triste quanto o meu tenta retirar a minha dor, como se sentisse responsável. Talvez até fosse, mas preferia apenas pensar que era tudo minha culpa. O boque aparentemente morto, era indêntico ao meu coração. Respirei fundo, tão fundo que as flores coloriram-se entre a imensidão do preto e branco. Seu laço vermelho não era mais o destaque, as cores das flores conseguiram fazer aquele lindo homem sorrir. Toca em meu rosto delicadamente, olha nos meus olhos, me puxa para perto e me abraça forte o suficiente pra conseguir me transmitir amor, um amor tão grande que achava que nunca mais sentiria. Ele me entrega o boque, e o vento começa a mudar. Como um calafrio desaparece na minha frente. Seu corpo evapora, e em fração de segundos ele some deixando o boque de flores com vida em minha mão. Toda a dor, todo o sofrimento era culpa sim daquele homem que tinha desaparecido da minha vida a algum tempo. Deixou uma ferida tão grande no peito, que até sufoca e é difícil demais de respirar todos os dias.
Ele tinha morrido, há alguns anos, mas o meu coração parece ter ir ido junto com ele. Sei que tenta me ver. Colocar de novo em mim um amor que foi embora e que decidi que nunca mais iria voltar. Talvez ele tenha razão. O coração pode estar aparentemente morto, mas ainda tem vida, ainda tenho a chance de recomeçar e terminar o que ele começou. Peguei o boque, coloquei no banco. Caminhei devagar pra longe de casa, em direção daquele invisível que começava a aparecer. As pétalas no chão voltavam para as flores, às folhas voltavam para as árvores. Tudo parecia voltar ao normal, e o vazio começava a desaparecer. Descalça sobre o asfalto da rua, meus pés não mais doíam. Eu tinha que começar a encarar a realidade, tinha que começar a fazê-lo perceber onde quer que esteja que fez diferença na minha vida e que esse amor que ainda existe no peito nunca vai morrer como o meu coração.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Rádio
