segunda-feira, 4 de julho de 2011
Dentro de mim
domingo, 17 de abril de 2011
Sempre

sábado, 2 de abril de 2011
Amor sem fim

sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Saudade
Eu me lembro dos seus olhos, do seu cabelo sobre o vento. Lembro do seu rosto e do seu coração humilde. Eu me lembro da primeira música que te mostrei. Lembro de cada momento, de cada sorriso que a gente teve juntos. O trilho estava vazio e o vento soprava forte. Segunda semana de Setembro, primeira semana do outono. A paisagem alaranjada chamava a minha atenção e dos outros que chegavam sem parar. Dia idêntico ao do ano passado, quando a gente se conheceu pela primeira vez,estava frio, gelado. Ele desceu do trem, procurou alguém que o pudesse ajudar com a localização, respirou fundo e decidiu comprar a passagem de volta para Nova York. Olhou para o redor, para o banco e nada de achar quem ele procurava. O sinal de partida da estação o faz olhar, sobre tanta gente, ele me encontra. Corre, grita meu nome, e larga suas coisas no meio da estação. Encontramos-nos, nos abraçamos e o momento parece ficar congelado. Já faz um ano. Ele morava em Londres, e infelizmente só conseguíamos nos ver uma vez por ano. Não tínhamos como deixar tudo e todos ainda onde moravam, para nos encontrar mais que uma vez. Havia falado com ele hoje de manhã. Estava tudo bem, estava chegando. A mentira era que o relógio estava atrasado demais, fazia quase cinco horas que o esperava aqui, sem notícias, sem nada dele. A televisão geral é ligada e todos olham com preocupação esperando notícias do atentado. Hoje de manhã, o World Trade Center havia caído em um ataque terrorista. Todos estavam nervosos, menos eu que era única que só pensava no Levi. Uma interrupção, e a notícia de que outro avião caiu no meio do nada. Era de Londres para Nova York, e já fazia cinco horas que tentavam resgatar as pessoas. A lista de mortos era divulgada calmamente, até que ao escutar um nome familiar minha respiração é cortada. A saudade de ano a ano, era devastadora. Mas a saudade agora eterna era mortal. Era suicida e imprudente. Meu coração apertava, eu soluçava. Todos se voltaram pra mim já entendendo o que estava acontecendo. Peguei o único dinheiro que tinha no bolso do meu jeans e dei para o taxista me levar o mais depressa possível para um lago que existia perto de casa. Abri a porta rapidamente. Tirei meu celular, meus documentos do outro bolso e joguei-me com tudo na água. Fiquei por lá, até não aguentar mais. Até sentir meu corpo dilatar, meu fôlego acabar, meu coração parar e minha alma se encontrar com ele.sábado, 13 de novembro de 2010
Inexplicável

quarta-feira, 10 de novembro de 2010
O Boque

Escuto o silêncio. Cada movimento das folhas até o chão. O som era nítido, gritante e escurecedor. Travava minhas defesas e impedia o invisível de penetrar na minha janela. Abri a porta sinuosamente, tentando prestar atenção no detalhe. Na rua deserta, coberta por pétalas de flores. A harmonia do vento como música, me fazia flutuar na imensidão do lugar. Mostrava-me um simples homem, com um boque de flores mortas na mão. Ele as admirava como se ainda tivesse vida. Uma melodia instrumental começou a tocar. Tão triste, tão profunda, que parecia conseguir exprimir dos meus sentimentos toda a solidão, toda a mágoa inacabável. Meus olhos se fechavam, as lágrimas pesavam, caminhei devagar em direção daquele estranho que parecia estar sentindo o mesmo. A cada paço, tudo em minha volta parecia simplesmente morrer, apodrecer. As pétalas, as folhas viravam poeira instantaneamente tirando toda a beleza daquele lindo lugar. A representação daquele momento, não tinha diferenças com o que estava passando ultimamente. O mesmo vazio, a mesma tristeza, a mesma falta de amor capaz de matar o que precisava disso para sobreviver. Cheguei perto. Perto demais, daquele homem que parecia compreender o que estava sentindo. Com a cabeça baixa, ergue-a devagar. Olha-me buscando detalhes e para exatamente em meu olhar. Um rosto tão lindo, uma alma tão pura, mas seu coração tão triste quanto o meu tenta retirar a minha dor, como se sentisse responsável. Talvez até fosse, mas preferia apenas pensar que era tudo minha culpa. O boque aparentemente morto, era indêntico ao meu coração. Respirei fundo, tão fundo que as flores coloriram-se entre a imensidão do preto e branco. Seu laço vermelho não era mais o destaque, as cores das flores conseguiram fazer aquele lindo homem sorrir. Toca em meu rosto delicadamente, olha nos meus olhos, me puxa para perto e me abraça forte o suficiente pra conseguir me transmitir amor, um amor tão grande que achava que nunca mais sentiria. Ele me entrega o boque, e o vento começa a mudar. Como um calafrio desaparece na minha frente. Seu corpo evapora, e em fração de segundos ele some deixando o boque de flores com vida em minha mão. Toda a dor, todo o sofrimento era culpa sim daquele homem que tinha desaparecido da minha vida a algum tempo. Deixou uma ferida tão grande no peito, que até sufoca e é difícil demais de respirar todos os dias.
Ele tinha morrido, há alguns anos, mas o meu coração parece ter ir ido junto com ele. Sei que tenta me ver. Colocar de novo em mim um amor que foi embora e que decidi que nunca mais iria voltar. Talvez ele tenha razão. O coração pode estar aparentemente morto, mas ainda tem vida, ainda tenho a chance de recomeçar e terminar o que ele começou. Peguei o boque, coloquei no banco. Caminhei devagar pra longe de casa, em direção daquele invisível que começava a aparecer. As pétalas no chão voltavam para as flores, às folhas voltavam para as árvores. Tudo parecia voltar ao normal, e o vazio começava a desaparecer. Descalça sobre o asfalto da rua, meus pés não mais doíam. Eu tinha que começar a encarar a realidade, tinha que começar a fazê-lo perceber onde quer que esteja que fez diferença na minha vida e que esse amor que ainda existe no peito nunca vai morrer como o meu coração. 
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Rádio








